Mensagem do CEO
Pedro Nazareth
Pedro Nazareth

Em 2024 o Electrão teve o privilégio de ver renovada, por via da publicação das novas licenças, a sua actividade na gestão de três dos sistemas de reciclagem em que participa: embalagens, pilhas e baterias e equipamentos eléctricos usados.

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Como grande novidade desta nova geração de licenças destacaria a longevidade. Pela primeira vez na história da gestão de resíduos em Portugal, a Responsabilidade Alargada do Produtor recebe uma licença com uma duração de 10 anos, refletindo a confiança da Administração Central na solidez e relevância deste sector.

Essa longevidade surge acompanhada de um elevado nível responsabilidade. Ao longo da próxima década o Electrão desenhará os investimentos, preparará os concursos e escolherá os parceiros que o apoiarão na promoção da recolha, triagem, reciclagem e valorização dos resíduos destes três sistemas de reciclagem.

Um outro aspecto das licenças diz respeito a todo um conjunto de reforço de obrigações de transparência e de rastreabilidade. A gestão de resíduos quer-se cada vez mais uma actividade em que o princípio, o meio e o fim dos resíduos são conhecidos desde a origem, passando pela triagem e tratamento sem esquecer incorporação nos novos produtos.

 

Reverter a “situação de emergência” na gestão de resíduos em Portugal

No Plano de Acção TERRA (Transformação Eficiente de Resíduos em Recursos Ambientais), apresentado já em 2025, é traçado um cenário preocupante do sector da gestão de resíduos, que está perante uma “situação de emergência”, segundo o diagnóstico.

Os aterros estão próximos do esgotamento; a capacidade de tratamento é insuficiente e as metas do PERSU 2030 são de difícil alcance porque o sector não acompanhou as previsões estratégicas, o que exige ajustes urgentes.

A capacidade disponível nos aterros em Portugal, com excepção de algumas zonas menos críticas, encontra-se muito perto do seu limite. Isto acontece porque Portugal ainda coloca actualmente cerca de 60% dos resíduos urbanos que produz em aterro. O Electrão pode ter aqui um papel relevante ajudando de forma decisiva a contribuir para desviar resíduos de aterro minimizando a problemática que constitui o anunciado esgotamento da sua capacidade.

As embalagens, em particular, constituem uma parte muito relevante do total de resíduos urbanos produzidos em Portugal, que globalmente ascendem a cerca de 5 milhões de toneladas, aproximadamente 500 quilos por habitante/ ano. Destes 5 milhões, sensivelmente, 1 milhão e meio de toneladas corresponde a embalagens urbanas e não urbanas.

O sistema nacional de reciclagem de embalagens alcançou, em 2024, uma taxa de retoma de apenas de 58% das embalagens colocadas no mercado. Há por isso um potencial enorme de desvio de embalagens de aterro. Já em 2025 o país terá que garantir a recolha seletiva de 65% das embalagens colocadas no mercado e por isso esta evolução será uma urgência.

Em 2024 a reciclagem de embalagens usadas retomadas pelo Electrão (que tem uma quota de mercado de 10%) aumentou 6% por cento em relação ao ano anterior. É um aumento ligeiramente superior à subida de 4% registada em termos globais pelo sistema nacional de reciclagem.

Apesar do enorme esforço de sensibilização para a necessidade de separar e encaminhar as embalagens para o ecoponto os resultados mantêm-se quase estagnados e o país continua a recolher pouco mais de metade das embalagens que consome.

Procurar ter resultados diferentes – mais recolha e mais reciclagem – utilizando as mesmas abordagens e as mesmas organizações de sistema não é o caminho. Os investimentos a realizar terão que incidir sobre constrangimentos, claramente identificados, que têm impedido a evolução dos números da reciclagem em Portugal.

 

Mensagem do Director-Geral de eléctricos e pilhas
Ricardo Furtado
Ricardo Furtado

A recolha selectiva de equipamentos eléctricos atingiu um novo máximo em 2024. Ao longo deste ano o Electrão recolheu e enviou para reciclagem mais de 36 mil toneladas de equipamentos eléctricos usados. Trata-se de um crescimento de 31% em relação a 2023, ano em que foram recolhidas mais de 27 mil toneladas.

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Recolha selectiva de equipamentos eléctricos atinge novo máximo em 2024

É de sublinhar o aumento na reciclagem de grandes equipamentos eléctricos, que cresceu cerca de 43%, com mais 6.648 toneladas de aparelhos encaminhados para valorização face a 2023. Este crescimento assume particular importância tendo em conta o problema do mercado paralelo, que desvia do circuito formal equipamentos de grandes dimensões que não chegam às unidades de tratamento, onde seriam corretamente descontaminados e reciclados. Esta problema, para o qual o Electrão tem vindo a alertar permanentemente, acarreta graves impactos para a saúde pública e para o ambiente.

São diversos os factores que contribuem para os resultados positivos alcançados em 2024, desde logo a expansão da rede de recolha própria do Electrão, que conta actualmente com mais de 13.500 locais de recolha. São mais 2.103 pontos do que em 2023.

O trabalho dos parceiros operacionais e a aposta em projectos diferenciadores e mais cómodos para o cidadão, como a recolha de grandes electrodomésticos porta-a-porta, são igualmente relevantes.

Outras campanhas de recolha, como o Quartel Electrão e a Escola Electrão, que mobilizam a comunidade em torno da causa da reutilização e reciclagem, funcionam também como um importante contributo para os resultados nesta área.

Estas iniciativas continuam a ser essenciais para se alcançarem melhores resultados, mas há ainda um longo caminho a percorrer para sensibilizar cada vez mais pessoas para a necessidade de entregar os equipamentos usados para reciclagem, combatendo não só o mercado paralelo, mas também a acumulação de pequenos aparelhos eléctricos fora que ainda permanecem sem utilidade nas casas e nas empresas.

A par da reciclagem, o Electrão incentiva também a reutilização de equipamentos elétricos. Em 2024 foram reutilizadas 1.327 toneladas de aparelhos eléctricos, um aumento de 14% em relação a 2023. 

O Electrão está igualmente comprometido com soluções que prologam a vida útil desses aparelhos, seja através da doação (com o projecto Ondedoar.pt), ou da reparação (com o Academia REPARA).

 

Reciclagem de pilhas e baterias portáteis aumenta 22%

Em 2024 o Electrão recolheu e enviou para reciclagem 412 toneladas de pilhas e baterias portáveis, um aumento de 22% em relação a 2023, ano em que foram encaminhadas para valorização 335 toneladas. Estes dispositivos encontram-se sobretudo no interior de equipamentos eléctricos, como comandos, brinquedos, telemóveis e computadores.

Nas baterias industriais, provenientes principalmente de actividades empresariais e industriais, o Electrão assinala também um crescimento na ordem dos 7%. No último ano a recolha e reciclagem destes dispositivos aumentou das 891 toneladas para as 957.

Em termos globais, o Electrão encaminhou para reciclagem 1369 toneladas de pilhas e baterias usadas ao longo de 2024, o que representa um aumento de 12% face ao ano anterior.

O crescimento da recolha deve-se ao esforço conjunto de municípios, distribuição, empresas e instituições, operadores de gestão de resíduos e à equipa operacional do Electrão.

O aumento do número de locais de recolha – que podem ser consultados em www.ondereciclar.pt –  tem desempenhado também um papel essencial. Em 2024, os pontos de recolha cresceram 21%, totalizando 8735 locais em todo o país, um acréscimo de 1523 face ao ano anterior.

Todas as lojas que comercializam estes produtos têm que assegurar a retoma dos equipamentos entregues pelo cidadão. Este é um canal igualmente importante e com enorme potencial que poderá ajudar a catapultar a recolha.

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